Ele almoçou mais cedo, não estava a fim de ver os mesmos
rostos e ouvir as mesmas conversas do almoço anterior, no coração um aperto
tremendo, o certo era realmente o certo? Um misto de Raiva, dor com leves
pitadas de amor. Era mais ou menos como ele se sentia um riso outro riso um enjôo
repentino.
- Que isso cara? O que me tornei?
Perguntava pra si mesmo de 10 em 10 minutos sem se atrasar, já
havia virado clichê a tarde um beijo, no inicio da noite um remédio e um copo
de uma bebida qualquer e a noite uma solidão que ecoava pela vizinhança
inteira. Do cigarro ele já tinha desistido era caro e apesar do alivio ele
detestava o cheiro.
Logo ele sempre tão centrado e controlador, havia perdido as
estribeiras e não sabia mais do seu valor. Uma, duas, três perdeu a conta de
quantas mensagens e ligações chegavam te convidando para uma bebedeira ou sexo
ou bebedeira e sexo, recusou todas sem ao menos pensar no assunto, depressão? Pressão?
Ou tudo isso junto? Ninguém sabia ao certo o que tinha acontecido o certo era
só que algo estava fora do lugar , aquela barba por fazer e a falta do sorriso
que ninguém mais via , era prova clara e irreversível de que meu amigo estava
sem forças, e por mais que tentava não conseguia se acostumar com essa ausência
inesperadamente esperada. E foi se
perdendo ate não se encontrar mais, por um lado cansado de se drogar e se embebedar,
por outro queria desesperadamente se lançar fora da fossa que criou, mas
faltava um tranco, um empurrão uma mão que infelizmente só ele poderia se dar.
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